Para planejar qualquer estratégia de marketing é fundamental que se recolham dados sobre o público a ser alcançado, essas informações são chamadas de cookies e o papel delas vem sendo questionado, por isso, se faz necessário encontrar outras soluções.
Se antes andávamos pelo centro das cidades procurando placas e até toldo para frente de lojas para identificarmos as empresas que resolvem nossos problemas, agora são as empresas que rastreiam os consumidores e apresentam seus produtos.
Explicando tecnicamente, os cookies são arquivos baixados pelos dispositivos ao entrar em sites, neles são armazenados os endereços digitais recém visitados e os dados voluntariamente entregues às páginas.
Tendo essas informações as empresas podem rastrear consumidores potenciais para veicular anúncios.
Imagine que você assiste um vídeo sobre projeto executivo arquitetura, se a página está coletando os seus dados por meio dos cookies esse serviço será oferecido para você em forma de anúncios em outros sites.
Esse mecanismo é utilizado na publicidade comercial, mas também na política e na comunicação para veicular conteúdos.
Além de rastrear os hábitos de consumo pela internet, os cookies também têm uma função interna em cada plataforma. Ao entender o que cada usuário consome é possível aumentar o tempo de retenção dele em um site oferecendo conteúdos semelhantes.
Sendo assim, quando se entra em um blog sobre lavagem de sofa a domicilio, os cookies capturam as informações de navegação de quem está acessando e em alguns casos até geográfica.
Isto, para que em seguida ele possa oferecer esse serviço perto de onde a pessoa que acessou reside.
Nesses casos é possível até mesmo ser sugerido um outro link sobre conteúdos relacionados, por exemplo, a lavagem de tapetes residenciais.
Por mais que a grande maioria não dê muita atenção,os termos de uso e privacidade são constantemente atualizados para regular e estabelecer o uso mais correto e transparente para os dados contidos nos cookies.
Quais são os tipos de cookies existentes?
Cada configuração de cookie atende a uma necessidade diferente, reconhecendo um usuário que já visitou determinado link rapidamente, segmentar anúncios e calcular o desempenho das páginas.
Para entender o futuro dos cookies é fundamental entender cada tipo e sua utilidade.
Os cookies transitórios podem coletar informações sem capturar dados pessoais, essas informações são guardadas na memória temporária do computador e não podem ser retidas pelo navegador após o encerramento.
Já os permanentes são salvos no disco rígido do dispositivo junto à uma data de expiração e podem ser excluídos. Esses são responsáveis por coletar informações sobre os hábitos de consumo e de tráfego dos usuário na internet
Apesar do nome, os maliciosos não oferecem risco ao aparelho, mas são os mais sofisticados em criar um diagnóstico do seu consumo e da sua rotina digital.
Esses dados podem ser vendidos para empresas de publicidade para segmentar anúncios e alavancar a taxa de conversão de qualquer produto, serviço e até informações.
Existem também duas diferenciações fundamentais entre os cookies, os primários e terciários.
Os primeiros são os utilizados internamente em cada domínio, responsáveis por gravar preferências de idioma e configuração, histórico de preenchimento de formulários e formas de pagamento.
Já os terciários são dados externos que monitoram sua vida digital de forma mais ampla e muitas vezes sem transparência, o que torna o controle muito mais complicado.
São esses cookies terciários, também chamados de third-party que podem ser vendidos e estão na mira das legislações de proteção de dados.
Por que os cookies estão sendo repensados?
A internet está em constante evolução e como qualquer tecnologia essa inovação é exponencial e nem sempre a legislação é capaz de alcançar essas transformações.
Apesar do marketing digital, a segmentação de anúncios e até os cookies não serem novidades, são recentes os esforços para regular e sanear o uso dessas ferramentas.
Os cookies não apresentam prejuízo direto aos usuários, não reduzem o desempenho nem a segurança dos dispositivos.
Além de não possuírem nenhuma ligação com vírus ou outros malwares, mas pensando em coletivo, a propriedade desses dados pode acabar em abusos.
Um caso que despertou a preocupação dos usuários foi o da interferência de empresas de engenharia de dados em eleições e plebiscitos nacionais, veiculando conteúdo enviesado para públicos segmentados a partir de dados vendidos por plataformas.
Sabe aquelas pessoas que colocam uma fita adesiva sobre a webcam? Elas talvez não saibam que só pelos cookies é possível extrair muito mais informações do que por meio de imagens.
A fim de proteger os dados dos usuários, governos do mundo todo planejam e estão aplicando leis que limitam o acesso à informações e restringem o compartilhamento de dados.
No Brasil a LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados, está em vigor desde 2020 e garante que o usuário saiba para onde estão indo seus dados. O primeiro passo para o controle dos cookies foi a exigência do consentimento.
Por isso, ao pesquisar, por exemplo, “habilitação reabilitação PCD” no navegador e clicar em um link o site irá te oferecer a opção de fornecer ou não os cookies e só a partir de uma resposta positiva seus dados são coletados.
As mudanças geradas por esse movimento mundial de controle da privacidade dos usuários chegam para garantir a segurança de cada usuário e da sociedade, em geral.
As pesquisas sobre privacidade online só aumentam junto com a sensação de vigilância completa e anônima sobre os consumidores digitais.
Mas, não dá para tratar os cookies apenas como vilões uma vez que foram criados para melhorar a experiência dos usuários.
Como a publicidade e a própria funcionalidade dos sites podem continuar se aprimorando sem afetar a privacidade dos públicos-alvo?
A possibilidade de divulgação segmentada fez com que diversos mercados pudessem focar em um único serviço, produto ou nicho já que encontrariam facilmente o público certo.
Uma empresa de banner personalizado com foto pode hoje alcançar quem realmente vai se interessar por seu produto.
O futuro cookieless
Os navegadores já planejam uma reestruturação no uso de cookies e apesar de cookieless se traduzirem como a extinção dos cookies, no geral.
É possível que suas configurações menos vulneráveis à captura como a transitória e a permanente podem continuar a serem utilizadas de forma segura.
Já sabemos o que são e por que os cookies precisam ser monitorados, mas a partir disso como resolver esses dilemas?
Essa transição deve acontecer gradualmente nos próximos anos mas as empresas já podem implementar novas ideias para colher dados com mais segurança e qualidade
Algumas medidas simples podem ser realizadas para otimizar a interação e a captação de informação sobre os consumidores:
-
Criar pesquisas periódicas sobre o produto ou serviço;
-
Aumentar a interação com o público nas redes sociais;
-
Demonstrar transparência no tratamento dos dados já coletados;
-
Estabelecer uma política de privacidade ampla e pública.
As big tech, grandes empresas do ramo de internet, estão trabalhando para estabelecer novos parâmetros de privacidade. O principal foco dessas iniciativas é mitigar o impacto das mudanças na publicidade.
Uma das ideias testadas atualmente explora um algoritmo que processa grandes volumes de dados de uma só vez e mantém o sigilo de identidade dos blocos de dados individuais. Assim é possível levantar os dados coletivos sem expor informações sensíveis.
Parte das ideias se resumem em usar as tecnologias já existentes e desenvolver novas aplicações que tratam esses dados isoladamente a partir de algoritmos e machine learning, ou seja, inteligência artificial.
A criação de conteúdo é uma possibilidade de empresas serem encontradas não apenas pela força do algoritmo ou de anúncios, mas sim de forma orgânica.
Uma assistência técnica, por exemplo, pode produzir em redes sociais e quando um usuário pesquisar por conserto teclado notebook, pode encontrar informações que levem ele à escolher conscientemente o serviço.
Como a restrição dos cookies muda nossa realidade?
Para as empresas que controlam os navegadores vão trabalhar para implementar novas tecnologias e processos que garantam a segurança dos dados e a manutenção da experiência durante a navegação na internet.
Os anunciantes não devem achar que essas mudanças são o fim da publicidade online, mas sim o espaço para a inovação com novas ferramentas.
Além de serem processos que colocam os consumidores como protagonistas interagindo mais com as empresas gerando conexão e por consequência criar um perfil mais sofisticado para veicular a divulgação com mais eficiência.
Além disso, os anunciantes também devem estabelecer processos internos de tratamento e segurança de dados. Uma das iniciativas é conscientizar o consumidor sobre quando os dados dele são coletados, como e para que finalidade.
Os consumidores vão sentir os impactos dessa mudança de duas formas. Na primeira é a redução dessa “perseguição” de um produto que vai te acompanhar como anúncio por onde quer que você navegue.
Em contrapartida, é possível que ele perceba uma experiência menos personalizada.
Como ser encontrado e encontrar um público sem dados?
Muitas vezes conhecer os consumidores do seu produto é muito mais importante que apresentá-lo diretamente para muitas pessoas.
Antes mesmo da internet conhecer quem compra o seu serviço já era fundamental para fazer uma boa divulgação.
A internet transformou esse processo em algo muito mais complexo e até automatizado, mas as pequenas e grandes empresas podem tomar as rédeas da comunicação e da divulgação de seu trabalho organicamente, e a chave para isso é a criação de conteúdo.
Por meio da interação de um público determinado ao seu conteúdo é possível conhecer mais profundamente o que esse grupo precisa, como ele poderia consumir o seu produto e até recolher feedbacks de consumidores já impactados.
Por exemplo, uma oficina mecânica especializada em suspensão pode coletar e responder dúvidas, mostrar os processos de trabalho, dar dicas e desmistificar preconceitos sobre o serviço e sua efetividade.
Além de maior conhecimento, a presença digital complementa o marketing das empresas gerando mais autoridade e até identificação.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.
Gostou de nosso post? Compartilhe: